NOSSO PÁROCO

PADRE PEDRO JORGE BENTO DELGADO: NOSSO SEXTO SACERDOTE




Nosso cônego Angelo Banki faz as vezes da comunidade e recebe, no dia 28 de janeiro de 2012, nosso mais movo pároco


ANO JUBILAR
Em meio às comemorações dos 50 anos,
Santo Cura d’Ars acolhe o sexto padre

            No dia 4 de agosto, deste ano, como já temos anunciado, nossa paróquia, a primeira de Paiçandu, comemorará 50 anos de história. E, para completar a festa, a Arquidiocese de Maringá, por meio do seu bispo dom Anuar Battisti e de seu conselho, enviou para a Santo Cura d’Ars, o sacerdote Pedro Jorge Delgado Bento – o sexto padre, desde a criação da mesma. A posse ocorreu no dia 28 de janeiro, com a presença de inúmeros fiéis, do arcebispo dom Anuar, do querido cônego Ângelo Banki, que comemora, neste mês, 54 anos de sacerdócio, o pároco da Jesus Bom Pastor, padre Obelino Almeida, e o padre Reginaldo Teruel, que também faz parte da história da paróquia. 








PADRE JÉFERSON BATISTA DA CRUZ

Que eles te conheçam a ti... O único Deus verdadeiro e aquele que enviaste Jesus Cristo. A fim de que o amor com que me amaste esteja neles e eu neles”
(João 17,3.26)
O sacerdote Jéferson Batista da Cruz recebido, em Paiçandu, no dia 2 de fevereiro de 2010, numa data especial para a Igreja que celebra a "apresentação do Senhor". Sua ordenação se deu no dia 30 de maio do ano passado.


PAIÇANDU: A PRIMEIRA MISSÃO

O sacerdote Jéferson da Cruz Batista é o quinto padre a assumir, sob os direitos canônicos da Igreja Católica Apostólica Romana, a Paróquia Santo Cura d’Ars, de Paiçandu – a primeira a ser implantada no município, em 1962. Dom Anuar Battisti, arcebispo da Arquidiocese de Maringá, anunciou sua vinda, no dia 30 de dezembro de 2009.
Como nada é por acaso, na providência divina, ele aqui chegou justamente quando a Igreja celebra de forma jubilosa a “Apresentação de Jesus no templo”. Assim, como Cristo, o então diácono Jéferson Batista da Cruz também era apresentado à nossa Igreja local, ao seu rebanho, no dia 2 de fevereiro de 2010, sendo empossado por dom Edmar Peron, atualmente bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, conforme foto abaixo.

Ele veio, inicialmente, para colaborar com o padre Reginaldo Teruel Anselmo, que assumira a reitoria do Seminário de Filosofia de Maringá. Mas, por conta dos trabalhos e atividades, tanto da paróquia quanto do seminário, e por solicitação de dom Anuar, o padre Jéferson, ainda diácono, de forma prodigiosa passou a exercer a função de um pároco. A posse oficial se deu, em junho, de 2010.
No dia 30 de maio, do mesmo ano, ele passaria a ser sacerdote para sempre, da ordem de Melquisedeque, conforme reza tradição. Numa tarde de domingo, na quadra do Colégio Estadual Adaile Maria Leite, em Maringá, na Paróquia Nossa Senhora da Liberdade, muitos acorreram para participar da ordenação presbiteral dele. Uma festa de muito júbilo.


ORDENAÇÃO PRESBITERAL

Capa do Informativo Comunidade Católica, de junho de 2010, por ocasião da ordenação do sacerdote Jéferson  Batista da Cruz, o terceiro pároco da Santo Cura d'Ars
No dia 30 de maio, no discurso, após o acolhimento do Conselho dos Presbíteros ao novo sacerdote da Arquidiocese de Maringá, o padre Jéferson Batista da Cruz explicou a vocação dele: “na vida vamos aprendendo que é preciso ouvir aquele que grita dentro de nós, Ele tem a resposta. Ele mostra-nos o caminho. Parece-me que o segredo fundamental é este: nossa livre cooperação com a graça e as inspirações do Espírito Santo, ou seja, o nosso consentimento a vontade d’Aquele que é a origem de toda a vida e vontade humana”.
Momento em que o novo presbítero, com as mãos ungidas com óleo, tinha as mesmas desatadas
Com toda certeza, Deus já havia feito a obra, no ventre de sua mãe Cleide Gomes de Moraes. Os mais próximos haverão de recordar que nem todos os familiares gostariam, a princípio, de vê-lo sacerdote. “No entanto, em casa não tinha muito apoio para assumir este estado de vida. Nos planos de meu pai para a minha vida não estava o “ser padre”. Ao contrário, ele sempre desejou que eu assumisse a vocação de engenheiro ou arquiteto, pois esse era o desejo dele pra minha vida. E eu pensava em ser jornalista, antes mesmo de fazer os encontros vocacionais.
Assim, as coisas se encaminharam, desde muito cedo, para que a vontade divina se solidificasse e o que gritava dentro dele seria saboreado. Ainda em Paranavaí, durante parte de sua infância, a família Cruz ocupava, com suas moradias, um quarteirão. Os avós paternos moravam justamente defronte à Paróquia Santa Rita de Cássia. “Hoje, relembrando toda minha história, percebo que todos os fatos, situações, companhias, meu desejo interno me trouxeram até aqui. Lembro-me bem que, no dia 9 de setembro de 2000, estive no seminário pela primeira vez e minha voz interna já me acena: “aqui é o meu lugar”. Meus primeiros passos para a vida de Igreja tiveram como fonte inspiradora minha avó Ana Maria de Jesus Rocha”, contou o padre Jéferson.  
Padre Jéferson e avós paternos
Sua biografia tem uma coincidência de datas, que mostram a mão velada de Deus, encaminhando o filho para a concretização da obra. Ele nasceu no dia 24 de dezembro, de 1981. Na véspera do nascimento de Jesus. Seu batismo, no dia 6 de maio, sua ordenação no dia 30, Dia da Santíssima Trindade e, para completar, sua primeira missa, celebrada na Comunidade São Jorge, foi no dia 31 de maio, data da visitação de Nossa Senhora. “Um presente de Deus, que a ordenação tenha ocorrido justamente na Festa da Santíssima Trindade. Já havia manifestado ao bispo dom Anuar, meu desejo que isso se realizasse num domingo, pois é o dia do Senhor. Dessa forma, ser no Dia da Santíssima Trindade foi um presente”, relembrou.
Essa tal situação das coisas justapostas em sua vida continuou. Em julho do ano passado, participou ativamente das missões para a ordenação do padre Claudenir de Matos, aqui em Paiçandu. Em dezembro de 2009, sabia que seus trabalhos eclesiais seriam desenvolvidos em Nova Esperança. Já teria, inclusive, rezado em favor dos fiéis que iria rebanhar, um dia ao passar por aquele local, olhando, segundo ele, “pela janela de um ônibus”.
Em dezembro, porém, a surpresa. Ao ser comunicado sobre a sua vinda para nossa cidade, por dom Anuar, mais uma vez sentiu a contiguidade da providência. Seu primeiro trabalho, no seminário, seria justamente a vida de São João Maria Vianney, o nosso santo Cura d’Ars. “Queria saber mais sobre a vida dele, por dois motivos iniciais, pelo nome do seminário, que homenageia o padroeiro dos sacerdotes e, ainda, o discurso de que ele não seria dotado de muita inteligência. Por isso, fiquei feliz, porém, surpreso, ao mesmo tempo”, se recorda.
Um dos atos mais bonitos, onde os sacerdotes ordenados abençoam, acolhendo o novo presbítero. Aqui, o pároco da Jesus Bom Pastor, padre Obelino de Almeida, que tem sido o amigo, o companheiro, em Paiçandu
Conforme ele, a condição principal e indispensável, para qualquer vocação, é saber discernir o que “grita dentro de nós”, caso contrário “poderemos nos perder nas coisas da vida e o essencial nos escapar”. “Temos que conhecer”, prossegue o novo padre, “a nossa própria natureza e a liberdade encaminhará, guiada pelo Espírito Santo”, pois, conforme ele, “nossa natureza não pode dar aquilo que ela não tem”. 

O ENCONTRO DEFINITIVO...

Um dos momentos mais significativos do rito de ordenação
A Paróquia Santo Cura d’Ars acompanhou de perto os últimos meses de diaconato de Jéferson Batista da Cruz, hoje consagrado sacerdote para sempre do Senhor. Haveremos de confessar que a partilha da experiência dele, logo após a ordenação, foi de encantamento, esclarecimento e, ao mesmo tempo, de entendimento do compromisso eterno que o padre assume com Deus. Naquele dia, em Maringá, na quadra da Escola Maria Adaile Leite, dom Anuar disse que somente o coração de um presbítero para compreender o outro presbítero.  Ainda assim, contemplar a fascinação desse novo padre e a certeza de ter conquistado o desejo de Cristo, em sua vida, é algo que transcende esclarecimentos. A tradução seria a retribuição ao amor que Deus tem derramado na vida dele.
O cônego Banki e o padre Jéferson: encontro de gerações pela mesma causa
A ordenação de um presbítero, por si só, já encerra uma ocasião de júbilo, beleza, regozijo – ainda que em sua essência não estivesse implícita a presença real do autor da Vida. De fato, o clero e leigos engajados fazem defesa ao verdadeiro e transcendente significado do rito quando um homem recebe o segundo grau da ordem, seguindo-se ainda a garantia de bênçãos e graças nas primícias de suas primeiras celebrações. E tudo isso ganha sentido, de fato, pois no rito aparentemente humano e social, ocorre o encontro definitivo com o sagrado.
Por isso, nessas e outras ocasiões devemos permitir ouvir a voz do Senhor. E, Deus abriu nosso coração, no instante em que o padre Jéferson Batista da Cruz descrevia, não entusiasmado, mas revestido da glória celestial, o momento da ladainha, com a invocação de todos os santos. “Prostramos-nos, pedindo a intercessão de todos os santos, para que Cristo cresça em nossa vida para podermos transformar também outras vidas, em nome Dele. Reconhecemos ali a nossa pequenez. É algo muito forte. Preparamos-nos para o momento, mas naquela hora, sentimos a presença desses santos conosco. E não tem como explicar. Apenas a certeza de que estamos em comunhão com eles, principalmente porque de alguns deles, conhecemos a história. Para mim tocou de forma mais profunda ao ouvir os nomes de Santa Catarina de Sena e do Santo Cura dears”, partilhou.
Sendo assim, definitivamente, o que ocorre nas ordenações esta no campo do sagrado e nos remete ao que houve em Pentecostes, com os apóstolos e Nossa Senhora. Pois, de acordo com a revelação do padre Jéferson, é complexo transformar em palavras o que saboreou. Aqui novo ensinamento: São João Maria Vianney, nosso padroeiro, deixou como legado a certeza de que se soubéssemos o que significa a celebração de uma missa, morreríamos.  Glória maior, somente no céu.  “É muito particular e difícil de explicar. É Cristo que nos move para uma nova configuração do nosso ser. A beleza está em todo o ritual, em cada gesto, no abraço dos padres, para mostrar a comunhão da Igreja, na unção das mãos com o óleo e o momento em que a mãe desata os nós, na simbologia do que o ministro ordenado vai realizar... Mas, o momento mais importante de todo o rito é a Oração de Ordenação que o bispo faz, impondo as mãos dele sobre o diácono. É muito forte. Transcende a tudo, pois é a imposição do Espírito Santo. É a presença do Espírito Santo ali, naquele exato instante. É o mesmo Espírito Santo que Cristo prometeu, que vai estar comigo para santificar, para transformar as espécies...”, explicou o padre em alegria incontida.
E, admoesta, “a partir do encontro com Aquele que grita em nós, se dá uma nova configuração de nosso ser”.
UMA RECENTE HISTÓRIA... 

O novo padre não disfarça a alegria de ter se tornado sacerdote para sempre
       O padre Jéferson Batista da Cruz nasceu, no dia 24 de dezembro de 1981, em Paranavaí, onde permaneceu até os nove anos. Em 1990 foi para Maringá, onde iniciou sua vida eclesial na Paróquia Nossa Senhora da Liberdade. É o segundo filho do casal João Batista da Cruz e Cleide Gomes de Moraes, tendo sete irmãos. Em dezembro do ano passado, ocorreu sua ordenação na Catedral Nossa Senhora da Glória de Maringá, por dom Anuar, o mesmo que conferiu sua ordenação presbiteral.
No período da catequese, segundo ele, tinha muito gosto pela vida eclesial, e mesmo antes mesmo de receber o sacramento da Crisma, já participava do grupo de jovens. Na época, o sacerdote sempre deixava claro, que desejava acompanhá-lo para ingressar no seminário. “Eu, no entanto, não pensava de maneira efetiva sobre o ser padre, mas apenas em dedicar a minha vida a serviço do reino de Deus. E assim, o fiz no tempo em que fiquei na catequese, sempre ajudando na liturgia, no coral, e nos trabalhos da pastoral da juventude e catequese”. Porém, ele conta que, dois fatos foram marcantes para a decisão de ingressar no seminário. “Primeiro no dia da Crisma, dom Murilo fez uma propaganda vocacional e ao final da celebração veio uma ministra me abordou e disse: - Oi Jéferson, parabéns pela Crisma, sabia que eu tive um sonho e nele eu participava de uma missa em que você era o padre, você já pensou em ir para o seminário? Dei alguns risos, e ela logo foi embora... lembro que olhei para o meu padrinho de crisma e disse: - Deus me livre, acho que no sonho ela se equivocou devia ser outra pessoa e não eu! O segundo fato foi um ano depois. Eu acompanhava um grupo de jovens e um dos jovens foi ao seminário fazer o encontro vocacional, ao retornar ele me convidou para ir ao próximo encontro vocacional no mês seguinte para acompanhá-lo. Eu lhe disse:- Ok, irei para te dar um apoio. Nem imaginava que eu é quem depois continuaria a fazer os encontros vocacionais. E de fato, eu continuei até o termino do ano e feito o acompanhamento, já poderia ingressar no seminário no ano de 2000”.
No ano seguinte, ele decide continuar os encontros no segundo semestre de 2001 e ao término, aprovado pelo padre que o acompanhou durante os encontros vocacionais e mediante a carta de apresentação do pároco, padre Nelson Molina, ingressou no seminário propedêutico Santo Cura d´Ars, no dia 4 de fevereiro de 2002. Concluiu a etapa da Filosofia, em 2005, no Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora da Glória e, em 2009, a etapa da Teologia, em Londrina, no Seminário de Teologia Santíssima Trindade.
Texto: Nadir Alves